O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta segunda-feira (29) com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A agenda, no Palácio do Planalto, inclui uma reunião privada entre os líderes às 10h30, seguida de uma reunião ampliada às 11h30 e uma cerimônia de assinatura de acordos às 12h30, seguida de um almoço às 13h30.
Maduro chegou a Brasília na noite de domingo (28), acompanhado de sua esposa Cilia Flores, para participar, na terça-feira (30), do encontro de presidentes de países da América do Sul. Nas redes sociais, o presidente venezuelano agradeceu a “calorosa recepção” e mencionou o desenvolvimento de uma agenda diplomática que fortaleça “a união dos povos do continente”.
O encontro entre Lula e Maduro marca a retomada das relações entre Brasil e Venezuela. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os dois líderes devem avançar no processo de “normalização das relações bilaterais”. Entre os temas em discussão está a reabertura das embaixadas e dos setores consulares respectivos.
“Também será uma oportunidade para que os presidentes discutam os processos de diálogo interno na Venezuela, visando às eleições de 2024”, informou o Itamaraty.
Durante a reunião, os dois líderes devem tratar dos resultados da recente missão multidisciplinar na capital venezuelana, organizada pela Agência Brasileira de Cooperação, que contou com representantes de mais de 20 órgãos governamentais brasileiros. “Será dada atenção especial aos temas fronteiriços, com destaque para a proteção das populações que residem nessa região, incluindo os povos yanomami”.
A pasta também destacou que os dois chefes de Estado deverão abordar questões regionais, como a integração sul-americana e a cooperação amazônica, e temas multilaterais, especialmente em relação à paz, segurança e mudança climática.
Dados do governo brasileiro indicam que o comércio bilateral com a Venezuela atingiu cerca de US$ 1,7 bilhão em 2022, com exportações brasileiras de US$ 1,3 bilhão e importações de quase US$ 400 milhões.
O intercâmbio entre os dois países alcançou US$ 6 bilhões em 2013, “o que demonstra o potencial da relação e incentiva o aprofundamento do diálogo visando a retomada das parcerias econômicas, da complementaridade das cadeias produtivas e a remoção de obstáculos ao comércio”.