No dia 14 de julho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi alvo de hostilidades por parte de um grupo de brasileiros no aeroporto internacional de Roma, na Itália, o que levou a Polícia Federal a abrir um inquérito para investigar o caso.

O ataque ocorreu por volta das 18h45, horário local, e envolveu três brasileiros. Uma mulher identificada como Andréia proferiu xingamentos ao ministro, chamando-o de “bandido, comunista e comprado”, termos frequentemente utilizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra membros da Suprema Corte.

Em seguida, um homem identificado pela Polícia Federal como Roberto Mantovani Filho reforçou os xingamentos e teria agredido fisicamente o filho do ministro, um advogado de 27 anos. Um outro homem, Alex Zanatta Bignotto, juntou-se aos agressores, proferindo palavras de baixo calão.

A segurança pessoal de Alexandre de Moraes, tanto no Brasil quanto no exterior, é providenciada por policiais federais do STF, devido ao cargo que ocupa.

Perfil de Alex Bignotto: Ele é casado com a filha do empresário Roberto Mantovani Filho, e a família reside em Santa Bárbara D’Oeste, interior de São Paulo, onde controlam empresas na região. Alex Bignotto é proprietário de uma corretora de imóveis, enquanto seu sogro atua na administração de bens imobiliários, consultoria empresarial e equipamentos hidráulicos.

Em 2020, Mantovani destinou R$ 19 mil a campanhas eleitorais e ao PSD de Santa Bárbara D’Oeste, contribuindo com R$ 4 mil para a campanha de José Antonio Ferreira, que foi candidato à prefeitura da cidade pelo mesmo partido. Mantovani também doou R$ 11 mil para a direção do PSD local. Além disso, ele contribuiu com a campanha de Josué Ricardo Lopes, do PTB, à prefeitura de Socorro, no interior do Estado, cedendo um imóvel para uso como comitê eleitoral.

Quando procurado pelo Estadão, Mantovani preferiu não comentar o episódio antes de prestar depoimento à PF, com o objetivo de não comprometer sua situação diante das investigações. Ele mencionou evitar “revanchismo”. Embora tenha sido apontado como agressor do filho do ministro do STF, ele considera o ocorrido como algo não extraordinário e prefere aguardar o pronunciamento das autoridades sobre os possíveis crimes que possa ter cometido.

Alexandre de Moraes estava acompanhado de sua família no aeroporto, tendo retornado da Universidade de Siena, onde proferiu uma palestra no Fórum Internacional de Direito.

Os três brasileiros envolvidos no episódio são alvos de um inquérito da PF, mas ainda não foram presos. Roberto Mantovani afirmou que eles foram abordados e identificados na chegada ao aeroporto de Guarulhos (SP).

A violência sofrida pelo ministro do STF gerou manifestações de solidariedade de autoridades políticas, como o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) e o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha (PT), que repudiaram o ataque nas redes sociais. O STF optou por não se manifestar sobre o caso.

Fonte: NPM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *