Houve uma modificação na previsão da chegada ao Brasil do Wegovy, remédio injetável aprovado pela Anvisa para tratar a obesidade. Anteriormente aguardado para o segundo semestre de 2023, o medicamento, apresentado em forma de caneta, agora está previsto para chegar às farmácias apenas em 2024.
Contudo, a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) já estabeleceu o seu preço máximo: nas doses mais altas, poderá alcançar até R$ 2.484, dependendo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cada Estado. Em São Paulo, por exemplo, essa versão pode custar até R$ 2.383,43.
Porém, os pacientes poderão encontrar valores menores nos pontos de venda, além de contar com possíveis descontos oferecidos por programas de apoio ao paciente. Importante lembrar que o preço também varia de acordo com a apresentação do medicamento, que estará disponível em versões de 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 1,7 mg e 2,4 mg.
Será necessário obter prescrição médica
O remédio é indicado principalmente para pessoas acima de 18 anos, com índice de massa corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 kg/m2 (obesidade) ou maior ou igual a 27 kg/m2 (sobrepeso), na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso. Entretanto, a compra dependerá de prescrição médica. Além disso, o paciente deverá ser orientado a adotar outros comportamentos, como redução no consumo de calorias e prática de exercícios físicos.
Nos Estados Unidos, onde o medicamento foi aprovado pela FDA (agência reguladora do país) em 2020, houve problemas de escassez. Para evitar estimular ainda mais a demanda, as ações promocionais foram temporariamente suspensas lá. O atraso na chegada do remédio ao Brasil tem justamente o propósito de evitar que isso aconteça por aqui.
“Vamos lançar o produto no Brasil quando pudermos garantir o correto abastecimento de toda a cadeia e que os pacientes possam ter acesso ao tratamento de forma contínua, visto que a obesidade é uma doença crônica que requer tratamento ininterrupto”, confirmou ao Estadão um representante da Novo Nordisk, fabricante do produto.
Um dos primeiros estudos que evidenciou a utilidade da caneta para pacientes com obesidade foi publicado em 2020 na revista científica The New England Journal of Medicine. Os pesquisadores demonstraram que, quando combinada a uma alimentação controlada e ao aumento da atividade física, a dosagem semanal de 2,4 mg de semaglutida (o princípio ativo de Wegovy) resultou em uma perda média de peso de 15,2%, em comparação com 2,6% no grupo placebo.
O uso da substância – já aprovada no Brasil para tratar o diabetes do tipo 2, mas em dosagem menor – pode possibilitar que pacientes adultos reduzam, em média, 17% do peso corporal em pouco mais de um ano. A semaglutida atua como o GLP-1, um hormônio que envia sinais ao cérebro para proporcionar a sensação de saciedade. A aplicação subcutânea ocorre uma vez por semana.